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A pesca tradicional da sardinha - arte do cerco

A arte da pesca sardinha é uma arte de cerca: a rede flutua enquanto no fundo a retenida passa pelas argolas; lançada a rede, a retenida é puxada, fechando a rede por baixo e formando um saco fechado. É uma rede de grandes dimensões que conseguiria cercar e cobrir facilmente um estádio de futebol.

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Figura 1. Arte do cerco (A - Lançamento da rede; B – fecho; C – recolha; D captura)

Quando a rede é recolhida, chega a trazer à tona mais de uma tonelada de peixe. A arte da pesca de cerco está cada vez mais em desuso e limitada ao mínimo, já que por usar uma malha muito pequena aprisiona todo o peixe que nela cai. Mas os tempos são outros e muitos mestres de pesca têm uma educação ambiental que não havia no passado. Golfinhos ou tartarugas são devolvidos ao mar sempre que ficam aprisionados. Mesmo assim não é possível impedir a morte de pequenos peixes das espécies que não se pretende pescar.

Arte de cerco

A pesca tradicional da sardinha - arte do cerco

A arte da pesca sardinha é uma arte de cerca: a rede flutua enquanto no fundo a retenida passa pelas argolas; lançada a rede, a retenida é puxada, fechando a rede por baixo e formando um saco fechado. É uma rede de grandes dimensões que conseguiria cercar e cobrir facilmente um estádio de futebol.

 

 arte-do-cercoFigura 1. Arte do cerco (A - Lançamento da rede; B – fecho; C – recolha; D captura)

Quando a rede é recolhida, chega a trazer à tona mais de uma tonelada de peixe. A arte da pesca de cerco está cada vez mais em desuso e limitada ao mínimo, já que por usar uma malha muito pequena aprisiona todo o peixe que nela cai. Mas os tempos são outros e muitos mestres de pesca têm uma educação ambiental que não havia no passado. Golfinhos ou tartarugas são devolvidos ao mar sempre que ficam aprisionados. Mesmo assim não é possível impedir a morte de pequenos peixes das espécies que não se pretende pescar.

Equipa de Investigação

ruipedrosa

Rui Pedrosa

Membro efetivo MARE-IPLeiria
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sergioleandro
 

Sergio Leandro

Membro efetivo MARE-IPLeiria 
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franciscodias
 

Francisco Dias

Membro do GITUR-IPLeiria
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paulomaranhao

Paulo Maranhão

Membro Colaborador MARE-IPLeiria
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mariocarvalho

Mario Carvalho

Membro do GITUR-IPLeiria
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nunoalmeida
 

Nuno Almeida

Membro do GITUR-IPLeiria 
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susetepinteus
 

Susete Pinteus

PhD student MARE-IPLeiria
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Eventos

O projeto FishTour tem sido amplamente divulgado a nível nacional e internacional, tendo participado em diversas conferências:

  • Apresentação pública do Documentário FishTour; 17 de Dezembro de 2014, Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar (IPLeiria), Peniche, Portugal.

 

  • VII Congresso Internacional de Turismo; 2-4 de Dezembro de 2014 realizado na Universidade de Sultan Qaboos, Mascate, Omã – Comunicação oral.

 

  • GAC Oeste Presente e Futuro; 26 de Novembro de 2014 – Comunicação oral
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  • FishTour, Sardines and Creativity – Curso de Verão -Heritage and creativity; 14-18 de julho 2014, Peniche, Portugal – Comunicação oral.

 

  • Lisbon Atlantic Conference “Atlantic Blue Growth”; 4 a 5 de Dezembro 2013 – Comunicação oral.


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  • Portos do Oeste: Um Mundo de Oportunidades; 24 de Outubro 2013 – Comunicação oral.


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  • Seminário “Linking Fisheries to the Tourism Economy”; 22-24 de Outubro 2013 – Sardinia, Italia organizado pela FARNET – Comunicação em forma de painel e brochuras.

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  • Novembro Mês do Mar 2012; Apresentação projetos GAC oeste - Comunicação oral.

 

  • FÓRUM DO MAR 2012 | II Edição | 10 a 12 de Maio de 2012 – Comunicação em painel.


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Estudo Piloto

O estudo piloto decorreu durante o mês de Julho de 2014, sob coordenação de investigadores das unidades de investigação GITUR e GIRM, com a participação de um total de 21 pessoas. Os 21 participantes do estudo eram pessoas que estavam de visita a Peniche no momento em que este teve lugar, e nenhum deles era residente temporário ou permanente no concelho de Peniche.

Métodos de recolha de dados

A metodologia deste estudo consistiu numa sequência de três etapas:

ep1I. Antes da partida: todos os participantes responderam a um questionário com questões abertas com o objetivo de avaliar as motivações e as expectativas relativas à experiência FishTour. Este questionário continha três secções:

1) Dados pessoais
2) Familiaridade com a pesca em alto mar
3) Sobre a experiência FishTour

II. Observação participante a bordo: foi elaborada uma grelha de observação para servir de base à observação dos participantes a bordo, durante a viagem. O objetivo desta observação consistia em registar as reações espontâneas dos participantes para uma melhor compreensão das suas respostas aos questionários.

III. Após o regresso: Ainda a bordo, mas já no ancoradouro, os participantes foram convidados a responder a um segundo questionário, também de questões abertas, centrado na significação da experiência. Eram assim convidados a descrever o que sentiram e as suas ideias acerca do novo produto turístico. O questionário incluía duas partes:

1) Avaliação pessoal da experiência turística FishTour
2) Sugestões de melhoria.

2. Principais resultados do estudo piloto


2.1. Principal motivo para estar em Peniche no dia do estudo piloto


A motivação pessoal e a atração por atividades marítimo-turísticas são condições sine qua non para se gostar da experiência FishTour. Como se pode ver na Figura 1, a principal motivação dos participantes do estudo piloto para estarem em Peniche no dia da experiência pode ser distribuída por 6 categorias.

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Figura 1. Principal motivo para estar em Peniche no momento do teste piloto do produto FishTour

2.2. Género, idade e nacionalidades

A média de idades dos participantes é de 35 anos, com mínimo de 18 e máximo de 56 anos. Os participantes são maioritariamente do género masculino: 66.6 % homens versus 33.3% mulheres (ver Figura 2).

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Figura 2: Género e nacionalidade dos participantes

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2.3. Experiência anterior de observação da pesca em mar alto

A maioria dos participantes não tinha qualquer experiência prévia relacionada com a observação da pesca em alto mar e de igual modo desconheciam a técnica de pesca chamada “arte do cerco” (Figura 3 e 4).

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Figura 3 e 4 – Experiência e Conhecimento da pesca em mar alto e da “arte do cerco”

Embora a experiência de observação da pesca fosse desconhecida dos participantes, muitos deles já tinham participado em atividades turístico-recreativas em alto mar, nomeadamente: observação de baleias (5 referências), observação de golfinhos (2), cruzeiros (2), mergulhos (3) e vela (1). Para metade dos participantes (11 pessoas), a experiência ‘FishTour’ constituiu uma espécie de “batismo” em alto mar.

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2.4. Expectativas relativas à experiência FishTour

2.4.1. Como caracteriza a experiência FishTour?

Dos 21 participantes, 14 consideraram a experiência positiva ou mesmo muito positiva. Apenas 2 participantes afirmaram expressamente não terem gostado de participar (Figura 5).

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Figura 5: Avaliação da experiência FishTour

Os participantes quando questionados sobre a possibilidade de repetir a experiência na sua maioria responderam que sim (71,4%) (Figura 6).

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Figure 6: Imagina a possibilidade de repetir a experiência?

De igual modo, quando questionados se recomendariam esta experiência a amigos ou familiares a resposta foi na sua maioria sim (95,2%) (Figura 7).

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Figura 7: Recomendaria esta experiência a amigos e familiares?

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2.5. Sugestões de melhoria do produto FishTour

Por último são apresentadas as sugestões apresentadas pelos participantes, tendo em vista tornar o FishTour um produto turístico de sucesso.

2.5.1. Sugestões relativamente ao serviço

Relativamente ao serviço a bordo, destaca-se sugestões de três tipos, e todas elas bastante exequíveis e importantes para quem quiser comercializar com êxito este novo produto:

a) Mais e melhor informação a bordo, através de meios audiovisuais, de maior interação entre a tripulação e os turistas e da existência de um guia especializado e bilingue;
b) Animação turística a bordo, através da música ou de formas inovadoras de ampliação da experiência, como a existência de fundo transparente para observação do mar ou a disponibilização de binóculos.
Venda de produtos alimentares a bordo, uma vez que se trata de um tour cuja duração é de 3 a 4 horas. Sugere-se a venda de água e produtos de snack-bar.

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2.5.2. Melhoria das condições do tour

Relativamente à melhoria das condições do tour, são apresentados dois tipos de sugestões, ambos não exequíveis no contexto de mar alto: viajar juntamente com os pescadores, no mesmo barco, e permitir aos turistas lançarem-se ao mar para nadarem.

2.5.3. Promoção do FishTour como produto turístico

ep5Em termos de promoção do produto FishTour, as medidas sugeridas são múltiplas e todas elas facilmente exequíveis: promoção e venda nos mesmos locais onde se promove a visita às Berlengas, inclusão do FishTour nos pacotes dos operadores turísticos, promoção nas embaixadas, nos restaurantes de peixe. Há também propostas no sentido de ser colocado a bordo um fotógrafo/camara man para que a experiência pessoal dos turistas durante o FishTour possa servir também de promoção do produto turístico.

2.5.4. Complementaridade com outras atividades turísticas

Finalmente, quanto à complementaridade do FishTour com outras atividades turísticas, verifica-se que muitos dos participantes sugerem uma ligação à gastronomia (“gastronomy trip” ou “fish& eat”) através de parcerias com restaurantes
Ora, apesar do estudo piloto se ter cingido à componente de observação da pescada da sardinha em mar alto, o próprio conceito FishTour já inclui a ligação à gastronomia, pelo que as sugestões de complementaridade com a gastronomia, estão perfeitamente alinhadas com o tipo de experiência que se pretende realmente propiciar através do produto FishTour.

Conclusões

ep7O presente estudo piloto constituiu um precioso instrumento de análise e avaliação de um novo conceito de produto turístico: a experiência FISHTOUR, concebida de modo a diversificar a oferta marítimo-turística, através da exploração de uma nova oportunidade de negócio que permite reforçar o elo que une o setor das pescas ao setor da gastronomia.
À luz dos dados apresentados no presente relatório, podemos concluir que o projeto FishTour tem todas as condições para se tornar produto turístico inovador cujos atributos principais são:

• Sustentabilidade socioeconómica e cultural (um produto que se apoia de forma não intrusiva em outras atividades já existente),
• Reforço e revitalização do setor das pescas;
• Valorização do património cultural da comunidade piscatória (artes da pesca),
• Sensibilização e educação ambiental, na medida em que coloca os turistas em contacto com novas realidades, no âmbito da gestão sustentável das espécies.

Este estudo piloto mostra também que há uma elevada procura potencial para este produto, quer por parte dos surfistas – nos dias em que não há ondas, que por parte de todos os aficionados da pesca ou das atividades marítimo-turísticas.
No entanto, a maior dificuldade que será necessário tem em consideração a quando do lançamento comercial deste produto consiste na baixa previsibilidade dos dias e horas de partida das traineiras de pesca. Com efeito, devido às condições climáticas, a decisão das partidas para alto mar ocorre com uma antecedência muito curta, obrigando o operador marítimo-turístico a adotar uma estratégia operacional muito ágil. Esta foi aliás a maior dificuldade sentida no planeamento do nosso estudo piloto.

 

 

 

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